terça-feira, 5 de abril de 2011

Despedaçada




Ela era uma flor. Íntegra, virtuosa, encantada.
Pertencia a um jardim colorido, tão mágico quanto o azul do céu, tão bela como sua alma.
Havia um jardineiro. Contemplava seu jardim, era fiel a sua flor. Sabia mantê-la sempre nutrida, sempre viva. Não bastava regá-la. Era muito amor.
De repente, o jardineiro repletou-se de tarefas a parte, seu tempo de dedicação tornou-se escasso... pobre flor.
O olhar já não era o mesmo, de nenhum dos dois. Um, de indiferença, andava cansado demais. O outro olhar, possuído de tristeza, era de abandono. A água não satisfazia, apenas a sustentava.
Tornou-se murcha por falta de afeto, e pela tristeza, ficou apagada.
E começou a se despedaçar. Se tivesse um coração, já estaria partido.
E tudo tornou-se grama outra vez.
Será que um dia o jardineiro volta?

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