domingo, 17 de junho de 2012

Liberdade?





Escrevo porque hoje sinto uma energia diferente. Me sinto bem. Livre.
Sem motivos, sem felicidades excessivas, sem paixões à vista, sem realizações definidas, a não ser a realização de ser eu mesma. Me descubro em um dia qualquer, não há razões.
Então percebo que ser livre, é saber quem somos, fazer o que queremos sem que aquela
timidez nos “cutuque”, sermos fiéis aos nossos pensamentos, nossas vontades (não “atropelando” quem  estiver por perto, não ferindo ninguém).
Vejo por aí muitos perdidos, frente aos seus sentimentos, diante de quem são.
Através de redes sociais, vejo pessoas que não sabem onde estão, perdidas em seus próprios “mundos”.
Há uma necessidade de atenção descontrolada, dizem o que pensam, sentem, e como se não bastasse, o que fazem. Frases como "Vou ao mercado", "A noite foi ótima", seja lá qual for, me fazem refletir, sobre a carência desses usuários de leitores sobre suas mensagens totalmente dispensáveis que não irão tornar alguém ou o mundo melhor.
Não escrevo sobre esse triste fato com a intenção de julgar quem quer que seja, quem se encaixe no perfil. Quem seria eu para apontar o dedo a alguém o fato de exprimir suas opiniões, uma vez que também exponho meus pensamentos e admiro compartilhar mensagens que dizem o que queremos ou precisamos ouvir. Mas “cá entre nós”, ninguém precisa saber que você foi ao mercado, ou que sua noite foi maravilhosa para alguém curtir. Curta você o seu momento, curta ser quem você é. Compartilhe consigo mesmo a dádiva de ser livre e livre-se da triste dependência de ter alguém que te enxergue, há outras formas para mostrarmos quem somos, e o que se passa em nosso coração.
A liberdade tem sido interpretada equivocadamente, uma vez que internautas (e me incluo) sentem-se livres para falar o que querem, para encontrar o que procuram, mas não buscam limites para que isso se baste. Cara a cara, muita coisa se perde. Perde-se a transparência, tão clara na tela do computador.
Sejamos livres para que nossos pensamentos, nossas idéias, sejam transmitidas e quem sabe, até nossos sentimentos, quando acharmos preciso. Mas que não sejamos ridículos a ponto de nos perdermos em frases que só ocupam espaço e causam perda de tempo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

(In)substituíveis


Acho incrível a velocidade em que as pessoas andam sendo trocadas, descartadas como objetos, substituídas por outras, como se diferença nenhuma fosse tomar posse, como se não houvesse falta.
E isso vem acontecendo em diversos ambientes, tanto no âmbito profissional, como nas relações afetivas... amizades, relação homem-mulher e por aí vai.
As trocas são feitas, a vida recomeça. A história construída ficou deixada para trás, como se nunca tivesse existido. O novo toma o lugar.
Mas o que acontece, é que durante essas "passagens de comando", os que ficam, aprenderam a serem fortes, imbatíveis, a ponto de simplesmente virarem a página, sabem deixar o próximo chegar. Next!
O que muitos não vêem, é que, o que ficou para trás, proporcionou aprendizado (sempre aprendemos com os outros de alguma forma), gerou sentimentos, construiu uma história.
Uma função pode ser executada por diversas pessoas de uma única maneira estabelecida, o papel pode ser o mesmo, mas no meio de tantas trocas, o que/quem passou, é único. Quem é “substituído” tem seus costumes, sua personalidade, seu jeito de andar, de pensar, e até de sentir, que só a ele pertence.
Competências podem ser adquiridas com o passar do tempo, porém, o que as pessoas fingem não perceber, é que, não existem fórmulas, que substituam pessoas, suas singularidades, seus jeitos de ser e viver.
O que ficou para trás, deixa marca em nós, mesmo que pequenas. Marcas como assinaturas, inigualáveis e insubstituíveis, feias ou bonitas, como devem ser.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A melhor companhia






Nos últimos dias tenho pensado em tantas coisas que fica dificil pensar em um só assunto a escrever.
Mas é quando bate aquela saudade do que sou e do que faço (ou do que sou capaz de fazer) é que
lembro de mim. E foi dessa forma que resolvi voltar. Aliás, deixar fluir os pensamentos é sempre bom.
E quando penso em meu blog, lembro dos meus textos, dos meus dizeres. E quando vejo meus dizeres, lembro de mim.
Alguém sábio já disse certa vez que a melhor companhia é sempre a nossa. Sinto esse fato melhor que nunca agora.
Não há pessoa melhor pra saber nossos segredos (e guardá-los melhor que ninguém), que nos auxilie em nossas próprias escolhas, e que nos entenda quando não estamos bem, do que nós mesmos.
É tão bom ter alguém com quem contar o tempo todo, não é mesmo? Então por que não esse alguém ser quem vemos no reflexo do espelho, ser quem fecha os olhos no mesmo segundo que a gente?
Pra quem quer paz e auto-conhecimento, é a melhor solução. Tem sido a minha.
Tudo bem, vivemos em um mundo em que dependemos um do outro, no trabalho, em casa, ou em qualquer relação humana que seja, algumas horas não temos muito para onde ir, existem responsabilidades. Mas, e as nossas responsabilidades com nós mesmos? Muitas vezes temos esse tempo tão escasso em nossa própria companhia, que nem damos conta do quanto o desperdiçamos.
O grande problema é que ninguém suporta a idéia de ser sozinho. Lembrando que ser ou estar sozinho não significa se afundar em solidão. E saber estar sozinho sem cair na melancolia requer aprendizado, mas também traz descobertas, enriquece nossa mente. Descobrimos nossos medos, nossos desejos e nossas armas, estamos seguros pois descobrimos quem somos.
Ficamos livres de dependências alheias, selecionamos nossas outras companhias, tão boas quanto a nossa. Ou não.





quinta-feira, 19 de maio de 2011

Escolhas de vida





A vida é feita de escolhas. Feito uma, outras serão excluídas.
Há aqueles que escolhem a vida e os que são escolhidos por ela.
Os que estão sempre recebendo uma nova chance (apesar do erro constante) e os que lutam para ter êxito, mas nem sempre chegam ao sucesso.
Os que valorizam o outro, a companhia, o amor, a eternidade. E os que contemplam seus bens, vivem para o momento.. O resto? Fica para depois.
Onde quero chegar com tantos questionamentos e reflexões não faz parte de uma receita de como viver bem, tampouco seguir escolhas certas. Mas refletir sobre o que realmente vale a pena.
Já conheci pessoas que pareciam ser tão engraçadas, bem humoradas que limitavam-se a valores descartáveis, contentavam-se com o que a vida lhe oferecia fisicamente, não iam além dos olhos. Não sabiam enxergar com a alma. Eram vítimas da vida, viviam sob seu domínio, estavam sempre vulneráveis a ela.
Outras, pareciam exalar alegria, os olhos, passavam mensagens de vida e de amor. Sábias, conheciam não o mundo dos prazeres, mas o prazer em viver. Conheciam os sentimentos, o valor da lealdade em qualquer circunstância, em qualquer relação. Escolheram a vida.
Não sei não, mas acho que ainda sou do tempo em que o romantismo se fazia presente, que as amizades prevaleciam e que o respeito superava o egoísmo e o desejo de se "passar por cima de alguém".
É certo que, na vida, nunca sabemos qual o caminho correto a seguir, mas independente da escolha elegida, que saibamos escolher viver, e nao deixar que a vida nos torne personagens de papel.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Despedaçada




Ela era uma flor. Íntegra, virtuosa, encantada.
Pertencia a um jardim colorido, tão mágico quanto o azul do céu, tão bela como sua alma.
Havia um jardineiro. Contemplava seu jardim, era fiel a sua flor. Sabia mantê-la sempre nutrida, sempre viva. Não bastava regá-la. Era muito amor.
De repente, o jardineiro repletou-se de tarefas a parte, seu tempo de dedicação tornou-se escasso... pobre flor.
O olhar já não era o mesmo, de nenhum dos dois. Um, de indiferença, andava cansado demais. O outro olhar, possuído de tristeza, era de abandono. A água não satisfazia, apenas a sustentava.
Tornou-se murcha por falta de afeto, e pela tristeza, ficou apagada.
E começou a se despedaçar. Se tivesse um coração, já estaria partido.
E tudo tornou-se grama outra vez.
Será que um dia o jardineiro volta?

domingo, 23 de janeiro de 2011

O que ficou para trás




Fez-se as malas. Partiu. Não para outro lugar, nao foram feitas viagens.
Mudou o rumo dos seus sentimentos.
Houve despedida ou abandono?
Coração partido, mente indiferente, quase sã. A vida continua.
O tempo a carregou, dia após dia, a saudade tomou seu peito junto a dor que a falta trazia.
A vida descoloriu-se, mas ela, nunca derrubada.
Os dias passaram, a aflição diminuía, a saudade aumentava.
Suas memorias ficaram distantes, o rosto quase desconfigurado.
Uma nova tentativa deu-a uma chance. Mas era apenas uma chance e não um desejo.
Ela já não era mais a mesma, nada fazia sentido. Tudo perdeu sua graça.
Foi então que resolveu seguir em frente.
Guardou a saudade nas malas e a levou para casa.

sábado, 1 de janeiro de 2011

O último dia do ano





Essa deveria ser a ultima postagem do ano, mas acabou ficando para depois. Acabou ficando como a primeira (lembrando o primeiro dia do ano em que estamos).
O ultimo dia do ano. Dia de reflexão sobre os meses que se passaram, coisas que fizemos ou deixamos de fazer. Dia de esgotar as ultimas horinhas esbanjando alegria, dia de viver como se fosse o ultimo dia.
O ultimo dia. Ultimo dia para beijar, abraçar, ultimo dia para chorar, perdoar (e pedir perdão).
Vivemos nessa crença em que o ultimo dia do ano é destinado para resolvermos problemas não solucionados antes, realizar feitos não realizados, ou até mesmo para repetir a dose, provada já durante os dias que se arrastaram.
E começam as promessas.. "Serei mais estudioso, mais fiel, mais trabalhador, pensarei menos, farei mais.." E por ai vai.
Dizem que promessa é divida. Quantas dívidas deixamos para trás? Os contratos são quebrados porque o ano passou, novas promessas são feitas.
Devemos procurar viver bem o ano todo, sem bagagem de arrependimentos, o ultimo dia não resolverá nossos problemas nem consertará nossas falhas. O ultimo dia não faz milagres.
Voltando a um olhar mais realista e menos tradicional, o ultimo dia do ano é apenas o ultimo dia do ano. Não é o fim do mundo, nossa vida continua. Agradeça!
O ano novo chega, é mais um ano que começa e mais uma jornada se inicia. O ano se torna novo, mas o primeiro dia do ano é apenas o dia seguinte daquele que se passou.