quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A melhor companhia






Nos últimos dias tenho pensado em tantas coisas que fica dificil pensar em um só assunto a escrever.
Mas é quando bate aquela saudade do que sou e do que faço (ou do que sou capaz de fazer) é que
lembro de mim. E foi dessa forma que resolvi voltar. Aliás, deixar fluir os pensamentos é sempre bom.
E quando penso em meu blog, lembro dos meus textos, dos meus dizeres. E quando vejo meus dizeres, lembro de mim.
Alguém sábio já disse certa vez que a melhor companhia é sempre a nossa. Sinto esse fato melhor que nunca agora.
Não há pessoa melhor pra saber nossos segredos (e guardá-los melhor que ninguém), que nos auxilie em nossas próprias escolhas, e que nos entenda quando não estamos bem, do que nós mesmos.
É tão bom ter alguém com quem contar o tempo todo, não é mesmo? Então por que não esse alguém ser quem vemos no reflexo do espelho, ser quem fecha os olhos no mesmo segundo que a gente?
Pra quem quer paz e auto-conhecimento, é a melhor solução. Tem sido a minha.
Tudo bem, vivemos em um mundo em que dependemos um do outro, no trabalho, em casa, ou em qualquer relação humana que seja, algumas horas não temos muito para onde ir, existem responsabilidades. Mas, e as nossas responsabilidades com nós mesmos? Muitas vezes temos esse tempo tão escasso em nossa própria companhia, que nem damos conta do quanto o desperdiçamos.
O grande problema é que ninguém suporta a idéia de ser sozinho. Lembrando que ser ou estar sozinho não significa se afundar em solidão. E saber estar sozinho sem cair na melancolia requer aprendizado, mas também traz descobertas, enriquece nossa mente. Descobrimos nossos medos, nossos desejos e nossas armas, estamos seguros pois descobrimos quem somos.
Ficamos livres de dependências alheias, selecionamos nossas outras companhias, tão boas quanto a nossa. Ou não.





quinta-feira, 19 de maio de 2011

Escolhas de vida





A vida é feita de escolhas. Feito uma, outras serão excluídas.
Há aqueles que escolhem a vida e os que são escolhidos por ela.
Os que estão sempre recebendo uma nova chance (apesar do erro constante) e os que lutam para ter êxito, mas nem sempre chegam ao sucesso.
Os que valorizam o outro, a companhia, o amor, a eternidade. E os que contemplam seus bens, vivem para o momento.. O resto? Fica para depois.
Onde quero chegar com tantos questionamentos e reflexões não faz parte de uma receita de como viver bem, tampouco seguir escolhas certas. Mas refletir sobre o que realmente vale a pena.
Já conheci pessoas que pareciam ser tão engraçadas, bem humoradas que limitavam-se a valores descartáveis, contentavam-se com o que a vida lhe oferecia fisicamente, não iam além dos olhos. Não sabiam enxergar com a alma. Eram vítimas da vida, viviam sob seu domínio, estavam sempre vulneráveis a ela.
Outras, pareciam exalar alegria, os olhos, passavam mensagens de vida e de amor. Sábias, conheciam não o mundo dos prazeres, mas o prazer em viver. Conheciam os sentimentos, o valor da lealdade em qualquer circunstância, em qualquer relação. Escolheram a vida.
Não sei não, mas acho que ainda sou do tempo em que o romantismo se fazia presente, que as amizades prevaleciam e que o respeito superava o egoísmo e o desejo de se "passar por cima de alguém".
É certo que, na vida, nunca sabemos qual o caminho correto a seguir, mas independente da escolha elegida, que saibamos escolher viver, e nao deixar que a vida nos torne personagens de papel.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Despedaçada




Ela era uma flor. Íntegra, virtuosa, encantada.
Pertencia a um jardim colorido, tão mágico quanto o azul do céu, tão bela como sua alma.
Havia um jardineiro. Contemplava seu jardim, era fiel a sua flor. Sabia mantê-la sempre nutrida, sempre viva. Não bastava regá-la. Era muito amor.
De repente, o jardineiro repletou-se de tarefas a parte, seu tempo de dedicação tornou-se escasso... pobre flor.
O olhar já não era o mesmo, de nenhum dos dois. Um, de indiferença, andava cansado demais. O outro olhar, possuído de tristeza, era de abandono. A água não satisfazia, apenas a sustentava.
Tornou-se murcha por falta de afeto, e pela tristeza, ficou apagada.
E começou a se despedaçar. Se tivesse um coração, já estaria partido.
E tudo tornou-se grama outra vez.
Será que um dia o jardineiro volta?

domingo, 23 de janeiro de 2011

O que ficou para trás




Fez-se as malas. Partiu. Não para outro lugar, nao foram feitas viagens.
Mudou o rumo dos seus sentimentos.
Houve despedida ou abandono?
Coração partido, mente indiferente, quase sã. A vida continua.
O tempo a carregou, dia após dia, a saudade tomou seu peito junto a dor que a falta trazia.
A vida descoloriu-se, mas ela, nunca derrubada.
Os dias passaram, a aflição diminuía, a saudade aumentava.
Suas memorias ficaram distantes, o rosto quase desconfigurado.
Uma nova tentativa deu-a uma chance. Mas era apenas uma chance e não um desejo.
Ela já não era mais a mesma, nada fazia sentido. Tudo perdeu sua graça.
Foi então que resolveu seguir em frente.
Guardou a saudade nas malas e a levou para casa.

sábado, 1 de janeiro de 2011

O último dia do ano





Essa deveria ser a ultima postagem do ano, mas acabou ficando para depois. Acabou ficando como a primeira (lembrando o primeiro dia do ano em que estamos).
O ultimo dia do ano. Dia de reflexão sobre os meses que se passaram, coisas que fizemos ou deixamos de fazer. Dia de esgotar as ultimas horinhas esbanjando alegria, dia de viver como se fosse o ultimo dia.
O ultimo dia. Ultimo dia para beijar, abraçar, ultimo dia para chorar, perdoar (e pedir perdão).
Vivemos nessa crença em que o ultimo dia do ano é destinado para resolvermos problemas não solucionados antes, realizar feitos não realizados, ou até mesmo para repetir a dose, provada já durante os dias que se arrastaram.
E começam as promessas.. "Serei mais estudioso, mais fiel, mais trabalhador, pensarei menos, farei mais.." E por ai vai.
Dizem que promessa é divida. Quantas dívidas deixamos para trás? Os contratos são quebrados porque o ano passou, novas promessas são feitas.
Devemos procurar viver bem o ano todo, sem bagagem de arrependimentos, o ultimo dia não resolverá nossos problemas nem consertará nossas falhas. O ultimo dia não faz milagres.
Voltando a um olhar mais realista e menos tradicional, o ultimo dia do ano é apenas o ultimo dia do ano. Não é o fim do mundo, nossa vida continua. Agradeça!
O ano novo chega, é mais um ano que começa e mais uma jornada se inicia. O ano se torna novo, mas o primeiro dia do ano é apenas o dia seguinte daquele que se passou.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sensibilidade





Comecei a ler um livro cujo titulo é "Mentes Perigosas". Ele trata o assunto psicopatia relacionando o comportamento, como devemos (nós, pessoas mentalmente sadias) nos defender dessa "espécie", e como esta se manifesta sobre o mundo e sobretudo, sobre as pessoas, de maneira friamente egoísta e cruel, além de relatar algumas histórias. Estou amando.
Mas o que venho aqui falar não se trata de crueldade. (Vamos explorar a sensibilidade).
Tarefa nada fácil para muitos. Graças a Deus, estou fora desse grupo.
Hoje, durante uma conversa com minha professora, onde o assunto tratava-se sobre  humanização, eis que a mesma sugere perguntas do tipo: Como não se sensibilizar com uma mãe que perde um filho? Ou com uma mulher que acaba de receber a notícia de um câncer de mama? Como não humanizar, se somos nós, inicialmente humanos?
Humanizar. Realmente, como pode ser tão dificil a ideia da humanização nas relações, se somos todos feitos da mesma matéria, todos seres HUMANOS.
A questão é que sensiblidade não é para todos. Alguns nascem com a sorte de obter esse dom, seja lá por qual for a razão.
Privilegiados são eles. (Somos nós - sensíveis que somos).
Ainda me surpreende como a frieza toma  lugar ao mesmo tempo que sou pega de surpresa quando me deparo em uma situação onde o sujeito é pura emoção, exala sensibilidade. Estamos tão acostumados em seguir nossos caminhos sem olhar para o lado, que às vezes esquecemos do valor de um olhar e de uma atenção. Estamos acostumados com as noticias de violência doméstica, urbana, com a falta de consciência. Lembrando que digo acostumados e não conformados.
Enquanto a indiferença dificulta a comunicação, afasta o diálogo e a compreensão, a sensibilidade abre as portas, são feitas novas descobertas. Quebra o gelo, nascemos de novo.
Humanização: Porque eu não me tornei humana no dia em que vim ao mundo, mas em todos os dias em que fui apresentada à chamada sensibilidade.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Paz pra que te quero



Toda vez que surge o assunto violencia, geram-se polemicas, discursos são feitos por uns, o silencio é mantido por quem prefere não se omitir, mas (tentar) esquecer.
Violencia e paz. Tão diferentes, tão opostas, mas encontram-se juntas no mesmo pensamento de quem vivencia um momento de guerra.
A paz, seja ela qual for, está sempre idealizada em nossas mentes, sempre desejada para o alivio, logo, uma solução.
Devemos lembrar que a paz não se mantem sozinha, ela precisa de alguem que a fortaleça, que a provoque. A paz não é espontanea, não é a toa que há tantos anuncios e tantos gritos em seu chamado. Morre-se por ela.
E a paz de espirito? Ah, ela é mais individualizada, precisa de poucos meios, e está ligada principalmente a quem a espera. Basta-se uma forcinha de vontade, basta a procura.
Independente de sua origem, a paz nos conforta, nos alivia, traz descanso. (Preciso muito!)
Dizem que não há nada como amar, mas também não há nada como um momento de paz.
Diante de toda violencia, de tanto esforço fisico e emocional que o social exige do nosso dia-a-dia, precisamos mais que amor, precisamos de paz.
Um descanso para as guerras.